Este fim de semana, suas blogueiras preferidas foram assistir ao Bate-Papo Literário – Ato 6: Young Adult. Foi uma tarde de conversas gostosas com gente interessante, no abençoado ar-condicionado da Biblioteca de São Paulo.

Promovida pelo Who’s Geek, esta sexta edição do evento contou com a participação de Larissa Siriani, youtuber e autora do livro Amor Plus Size; Mayra Sigwalt, do canal All About that Book; e Vitor Martins, do canal Vitor Martins.

A conversa começou com definições do que é Young Adult, uma literatura que permite ao adolescente se identificar com os personagens e as histórias, que trazem temas importantes e profundos para discussão. É uma literatura que vem sido produzida e consumida em escala muito maior hoje em dia, provendo bons livros para um público antes muito carente – no Brasil, os últimos anos têm oferecido uma gama de obras interessantes a adolescentes que, de modo geral, só liam os livros escolhidos por seus professores.

O assunto que mais foi discutido no evento foi a diversidade e a representatividade nas obras YA. Aqui vão alguns tópicos apontados pelos convidados:

• A maior demanda e cobrança do público gerou uma abertura no mercado editorial para a publicação de livros com diversidade, que antes eram invariavelmente deixados de lado pelos editores. Falou-se também sobre o papel importante dos blogueiros e outros influenciadores digitais, que têm contato com as editoras e voz para pedir mais representatividade para minorias.
• Antigamente, livros com personagens gays eram sobre sofrimento e Aids. Ou eram sobre autodescoberta, mas nunca sobre um personagem gay fazendo coisas que os personagens héteros também fazem. Hoje há mais livros em que os personagens diversos não estejam em conflito por causa de suas diferenças, e mais espaço para que eles não sejam estereotipados.
• Ainda são necessários mais livros com personagens lésbicas, transexuais, bissexuais, gender fluid… as outras letras de LGBTQ+, além do gay, que é o mais abordado.
• Larissa Siriani (que é a melhor pessoa, apesar de ela mesma afirmar o contrário) deu relatos muito interessantes de como sua escrita lhe permitiu perceber os próprios preconceitos, e do trabalho que ela faz para melhorar a representatividade em seus livros. Também foi discutido como os autores que não fazem parte de uma minoria podem (e devem) inserir personagens diversos, e construí-los sem cair em estereótipos e preconceitos.
• Todos lamentamos que, com muita frequência, os universos literários de fantasia reforcem preconceitos e desigualdades do nosso universo. Não é porque seu livro tem inspiração medieval que os personagens precisam ter atitudes medievais. Afinal, é um mundo de fantasia. Você é responsável pela construção dele!

Depois dessa conversa, foi feito o sorteio de MUITOS livros. Sério, muitos.

Todos estes livros foram oferecidos para o evento por editoras e autores.

Todas nós ganhamos livros no sorteio! 😀

O evento foi um sucesso e os convidados eram muito simpáticos e interessantes. Esperamos o próximo. 🙂

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