[Série] Infinity Ring

infinityringSinopse:

Quando os melhores amigos Dak Smyth e Sera Froste descobrem o segredo da viagem no tempo, acabam envolvidos numa guerra secreta que existe há muitos séculos e que decidirá o futuro da humanidade. A história havia saído desastrosamente de seu curso natural, e agora caberia a eles voltar no tempo para corrigir as Grandes Fraturas — e, no caminho, ainda salvar os pais desaparecidos de Dak.

Fonte: Saraiva

 

Um grupo de adolescentes viaja no tempo para corrigir falhas na História e evitar um cataclisma. Está aí uma premissa que me conquistou logo de cara. Ao longo do ano passado, tive a oportunidade de trabalhar com Infinity Ring, e gostei muito. Trata-se de uma série infantojuvenil, na qual cada livro tem um autor diferente, e todos são intercalados por jogos online, que contam as aventuras dos protagonistas entre um volume e outro.

No primeiro livro, Dak e Sera, de onze anos, descobrem que os pais do menino haviam inventado uma máquina do tempo – e se perdido na História em consequência disso. Os dois amigos descobrem que o trabalho do casal estava sendo monitorado pelos Guardiões da História, uma sociedade que há séculos esperava pela invenção dessa máquina, para poder corrigir a História e colocar o mundo nos eixos.

O leitor logo percebe que o mundo de Dak e Sera é diferente do nosso – nele, não foi Colombo quem começou a colonização da América, e ninguém nunca ouviu falar de Alexandre, o Grande. Acontece que uma outra sociedade, a SQ, vem alterando o rumo da História há séculos, a fim de controlar o mundo. Cada grande alteração na ordem normal das coisas causa uma fratura na História, e essas fraturas estão destruindo o planeta.

Por isso, Dak e Sera se juntam a um novo companheiro, o adolescente Riq, para viajar no tempo e tentar corrigir essas falhas. O trio é um time perfeito: Dak é apaixonado por História, Sera por Ciência e Riq por idiomas. Cada um tem conhecimentos extraordinários em sua respectiva área de interesse, que unem para completar suas missões.

Juntos, os três conhecem vikings e visitam civilizações pré-colombianas e a China imperial, entre outros lugares e épocas. Aliada ao fato de que cada livro da série tem um autor diferente, essa mudança de cenário traz situações sempre novas, tornando cada volume da série uma aventura bastante diferente da anterior. Com situações inusitadas e até bastante absurdas, as tramas são sempre envolventes – os protagonistas vivem se metendo em saias justas que, se não souberem resolver, podem levar toda a missão por água abaixo e condenar o planeta.

Além das missões, é gostoso acompanhar o arco das personagens – que se desenvolve devagar, mas constantemente. Dak tem um problema pessoal desde o primeiro volume: o fato de que os pais se perderam no tempo, o que permeia o background de todos os volumes. Além disso, desde que o conhece desenvolve uma grande implicância com Riq, com quem discute a todo momento. As briguinhas dos dois começam a ficar cansativas depois de um tempo, mas então o relacionamento deles começa a melhorar, antes de aborrecer demais o leitor.

Dak é o meu personagem favorito. O mais divertido, está sempre sendo inconveniente com seu excesso de curiosidades históricas (contadas com muita empolgação nos momentos mais inoportunos) e suas piadinhas sem graça. Riq e Sera são bem mais maduros e trazem certo equilíbrio para o grupo – Sera tem inclusive um quê de Hermione: é muito empolgada com seus estudos, leva tudo muito a sério e tem um ótimo coração. Os dois também têm dramas convincentes e intrigantes, que aparecem ao longo da série e influenciam bastante no seu crescimento.

Há também vários vilões – cada história tem o seu, e alguns são recorrentes –, que em geral são bastante cruéis e caricatos, o que se encaixa bem na trama e combina com o estilo da série.

Acredito que a série seja especialmente cativante para leitores pré-adolescentes que se interessam por História. Ela também pode ajudar a despertar o interesse do leitor pelo tema, e funciona tanto como uma leitura de lazer como escolar – eu adoraria que meus professores tivessem adotado qualquer livro da série! As tramas são, em geral, bastante juvenis (o que o leitor adulto deve ter em mente), mas não subestimam a inteligência dos jovens.

Entre um livro e outro, a história continua com uma série de jogos online gratuitos, disponíveis no site da editora. Os jogos são bastante infantis e simples. Acompanham uma breve contextualização, mas não são indispensáveis para entender os livros, que é onde se desenvolvem todos os fatos importantes da trama.

A linguagem da série é fácil e contemporânea, e a história, inteligente e interessante. Uma ótima pedida para jovens que gostem de História, ou que estejam procurando um infantojuvenil bem-humorado e bem estruturado.

Um motim no tempo, de James Dashner. Seguinte, 2013. 240 p.
Dividir e conquistar, de Carrie Ryan. Seguinte, 2013. 216 p.
O alçapão, de Lisa McMann. Seguinte, 2014. 224 p.
A maldição dos ancestrais, de Matt de la Peña. Seguinte, 2014. 208 p.
A caverna das maravilhas, de Matthew J. Kirby. Seguinte, 2014. 210 p.
Atrás das linhas inimigas, de Jennifer A. Nielsen. Seguinte, 2015. 208 p. (Lançamento previsto para 28 de janeiro de 2015)

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3 respostas em “[Série] Infinity Ring

  1. Vi o nome do James Dashner e já fiquei interessada. Você leu todos da série, Bárbara? Todos os autores escreveram uma história diferente com os mesmos personagens? Me parece uma coisa bem difícil de se fazer, sem modificar ou desfazer o que já foi construído sobre cada personagem pelo escritor anterior. (Acho que ficou confuso! =s Haha) Cada um tem uma forma de escrever, né? O que você achou?

    • Sim, li todos (inclusive o que vai sair este mês, porque fui eu que preparei! ^^)! Entendi o que você disse, mas na verdade é bem impressionante como o estilo é mantido e a série é bem coerente, mesmo com a mudança de autores. Acho que cada autor só colocou o seu jeitinho na aventura escolhida para narrar – Matt de la Peña, por exemplo, escreveu uma história que se passa na civilização maia. 🙂

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