Sinopse:
Capitão Kirk, Spock e dr. McCoy descobrem que, durante uma viagem ao passado, Spock teve um filho. Agora, estão prestes a viajar mais uma vez através do portal do tempo a fim de resgatar esse filho, antes que seu planeta seja destruído. Resgatado, o garoto tentará aprender tudo sobre a Federação e sobre a cultura vulcana, enquanto a tripulação da Enterprise o conhece e se acostuma à sua presença. Mas seus dias de aprendizado são interrompidos quando uma invasão romulana pode mudar perigosamente o curso da história.
Fonte: Amazon
Star Trek sempre fez parte da minha vida. Tenho orgulho de dizer para todo mundo que minha mãe fazia cosplay da Deanna Troi e a TV da minha casa passa mais da metade do tempo transmitindo alguma das seis séries da franquia.
Dito isso, ler O portal do tempo foi um prazer, porque a leitura foi muito confortável e familiar para mim – e acredito que o será para qualquer um que goste de Star Trek, mesmo que a obra não exija que o leitor seja um grande fã e saiba tudo sobre a série (eu mesma, com certeza, não sei).
Neste livro, Spock se vê diante de uma obrigação moral complicada: descobre que, durante uma viagem no tempo, teve um filho. E agora quer assumir esse filho, o que significa voltar 5.000 anos no passado para resgatá-lo de um planeta fadado à destruição.
Spock é o meu personagem favorito, e foi uma delícia ler mais sobre ele e sobre esse personagem original criado por Crispin: Zar, o filho do imediato. O resgate do menino – que, por si só, já é uma trama bem interessante – é apenas a primeira parte do livro. Depois de Zar embarcar na Enterprise, acompanhamos a sua educação e a sua familiarização com os tripulantes, as tecnologias e a cultura que desconhecia, enquanto outra trama se desenvolve para levar a história ao clímax.
A caracterização dos personagens está extremamente fiel. O capitão Kirk, é claro, tem um papel importante na história, mas os destaques nesse livro são Spock e McCoy. O médico desenvolve uma amizade muito fofa com o filho do vulcano, e ainda oferece uma ponte de aproximação para o leitor – ele parece ter a visão mais lúcida dos três e mais próxima à nossa realidade, e está sempre comentando e criticando as atitudes de seus colegas.
É possível entender bem o livro tendo visto poucos episódios, ou mesmo só conhecendo o mínimo sobre a série. A autora faz referência a vários episódios, mas poucos deles são importantes para entender a trama – quando é o caso, há uma nota explicativa que resolve o problema de quem não assistiu (e, claro, deixa a dica para assistir). No geral, dá pra passar reto, sem ficar confuso, por alguns detalhes que você não entender. E pra quem conhece um pouco mais, é gostoso ver as referências feitas para fãs – como um incidente bastante previsível com certos tripulantes de uniforme vermelho.
Crispin acertou perfeitamente o tom de sua narrativa e, como resultado, O portal do tempo soa muito verossímil dentro do universo de Star Trek. A obra tem exatamente o gostinho de um episódio da série original: os conflitos complicadíssimos, alguns dramas exagerados mas divertidos e várias pitadas de humor. Vale a pena!
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Portal do tempo
Autora: A. C. Crispin
Tradutor: Norberto de Paula Lima
Editora: Aleph
Ano de publicação: 1983
Ano desta edição: 2016
256 páginas
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