[Com Opinião] Sobre Harry Potter, Batman e leitores arrogantes

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Estudar, trabalhar, apreciar e escrever sobre literatura é maravilhoso. Mas às vezes, em meio a esse mundo de conversas cheias de amor, empolgação e café, temos que ouvir algumas barbaridades desanimadoras. E hoje eu quero comentar algumas coisas que me deixam bem brava: discursos generalizantes e preciosistas que tenho lido e ouvido por aí a respeito dos livros e da leitura, e com os quais muitos de vocês já devem ter se deparado.

O primeiro deles:

O brasileiro não lê.

Sim, eu entendo esta frase. E sim, eu estou ciente dos números preocupantes sobre a alfabetização e a leitura no Brasil (passei metade da faculdade analisando os resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil). Também tenho noção de hábitos de leitura de outros países (como a Islândia, onde 10% da população vai publicar ao menos um livro ao longo da vida) que, em comparação, de fato revelam uma situação alarmante por aqui.

Não quero me aprofundar em temas sobre problemas na educação brasileira, mas uma questão cultural que para mim é visível é que a leitura é elitizada. Não estou falando do preço dos livros. Mas o status de leitor, no Brasil, parece colocar as pessoas num pedestal. Segundo a pesquisa citada, muitos brasileiros admiram quem lê. Mas essa admiração é, muitas vezes, feita com distanciamento. Ao repetir, sem reflexão ou objetivos práticos (ou seja, só pra causar) o discurso de que os leitores são minoria, podemos, muitas vezes, estar inibindo a aproximação de possíveis novos leitores.

Isso acontece principalmente quando essa frase é usada por pura arrogância, justamente por quem quer se considerar a “minoria iluminada” (todas as vezes em que a ouvi, veio de um leitor. Brasileiro). As pessoas massageiam o próprio ego ao se considerar parte da elite intelectual, a crème de la creme da sociedade.

Essa arrogância impede que tais indivíduos construam um discurso com base no que realmente observam no mundo à sua volta. E nenhuma observação seria realmente capaz de convencê-los de uma visão mais otimista, de que nem tudo está perdido nesta nossa terra: a quantidade de gente lendo no transporte público, crianças frequentando bibliotecas, moradores de rua carregando livros consigo, adolescentes dormindo na porta da Bienal do Livro para ver seu autor favorito e sair do evento com malas de viagem cheias de exemplares. Diante de fatos como esses, o autoproclamado “real leitor” brasileiro muitas vezes nos ataca com outra pérola:

O brasileiro só lê livros ruins.

Sim, já escutei isso. Até ouvi uma vez que o brasileiro lê pouco porque só gosta de best-sellers, e as bibliotecas estão desatualizadas, só oferecem clássicos. Quem usa esse argumento precisa, com urgência, visitar mais bibliotecas e descobrir como andam seus acervos.

Além disso, se você continua acreditando no conceito binário de que livro bom é clássico (ou, pelo menos, obscuro) e best-seller é ruim, volte duas casas. Se, para você, qualidade literária é inversamente proporcional à quantidade de leitores, recomendo fazer uma visita ao vão do MASP, onde o próximo Drummond tenta vender poesia, enquanto passa cantadas baratas (e muitas vezes ofensivas) às transeuntes da Paulista.

Muitos fatores tornam um livro bom ou ruim – e nenhum deles é relacionado às vendas. Best-sellers podem, sim, ser muito bons – apesar do preconceito de pessoas como a autora infantil Ruth Rocha, a série Harry Potter, por exemplo, foi um marco na literatura fantástica contemporânea, muito elogiada pela crítica. Infelizmente, alguns parecem acreditar que o fato de que as obras de Rowling estão entre as mais vendidas da história da humanidade as torna inferiores.

A entrevista de Ruth Rocha, na verdade, nem é muito consistente nesse aspecto – quando questionada sobre o que é literatura infantil de qualidade, a autora responde com uma evasiva. Mas o texto levantou certos tipos de comentários conceitualmente bem errados: houve quem dissesse que o mérito de Harry Potter está em introduzir os jovens à leitura “para que um dia eles leiam Dostoiévski”. Isso leva à ideia de que a leitura é evolutiva – ou seja, o que você lia dez anos atrás é muito inferior ao que você lê hoje. Tal discurso, pra começo de conversa, implica que não há qualidade na literatura infantil (cada vez que vocês repetem essas coisas, C. S. Lewis se revira no caixão). Além disso, é um pensamento que compara obras de gêneros completamente diferentes. É claro que, dentro do gênero fantasia, há obras melhores que as outras – e isso depende de alguns fatores objetivos e outros subjetivos. Mas comparar Harry Potter com Dostoiévski simplesmente não faz sentido.

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Além dos critérios mais acadêmicos para “julgar” a qualidade de uma obra, eu acredito fortemente na importância da subjetividade.

Um dia desses, ouvi falar sobre uma garota que teve a experiência de cuidar do namorado com câncer. O livro favorito dessa garota é A culpa é das estrelas, porque é uma história com a qual se identificou, e que significou muito para ela. Quem tem o direito de dizer para ela que esse livro é ruim, que essa leitura não acrescenta nada? Por outro lado, perdi a conta de quantas pessoas (da área de comunicação, amantes das Letras etc.) me disseram que odeiam José de Alencar. Quem tem o direito de recriminá-las?

Para mim, discriminar as pessoas de acordo com o tipo de obra que costumam ler é tão babaca quanto ter aquelas discussões de fandom nas quais se diz “mas você não é fã de verdade do Batman, pois não conhece tais e tais HQs”. Ora, que importância tem tudo isso? Se duas pessoas compartilham o mesmo amor pelos livros (ou pelo Batman), por que elas perdem tempo se rotulando e trocando faíscas em vez de opiniões e dicas?

Leiam o que quiserem, mas leiam. Certo?

Não.

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Surpresa pra vocês: essa é mais uma das frases que me incomodam:

O importante é ler!

Sim, o importante é ler, se você gosta disso. Por favor, parem de tratar a leitura como obrigatória e como um status de superioridade. A habilidade de ler e compreender o que se lê é importantíssima para conhecermos e exercermos nossos direitos na vida em sociedade. Mas quando se trata de literatura, tratá-la como obrigatória é tirar todo o prazer dela. Só amamos tanto a leitura quando a fazemos por prazer – ela é, no fim das contas, apenas um hobby (bem saudável, mas um hobby). Não se pode recriminar um indivíduo por não ter os mesmos hobbies que você.

É claro que eu amo os livros e gostaria que mais pessoas lessem e compartilhassem dessa paixão (afinal, sou blogueira literária e também editora). E acredito, sim, que os livros têm o potencial de tornar as pessoas muito melhores. Mas isso nem sempre acontece. Algumas das melhores pessoas que conheço detestam ler. E está tudo bem. Elas têm outros interesses, os quais eu talvez não compartilhe. Mas nem por isso faço deduções do tipo “nossa, você tem esse hobby, aposto que é muito inteligente/sábio/antenado/culto”. Talvez a pessoa até seja tudo isso. Mas vamos tirar a pressão de cima dela e deixá-la curtir o próprio hobby em paz, sem torná-lo uma obrigação?

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E, acima de tudo, vamos refletir um pouco antes de repetir discursos generalizantes?

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31 respostas em “[Com Opinião] Sobre Harry Potter, Batman e leitores arrogantes

  1. Seu texto ficou incrível, parabéns!
    Eu uso a frase “o importante é ler”, mas não nos motivos que você colocou no texto. Eu digo “o importante é ler” justamente para as pessoas que julgam um adolescente de 16 anos por estar lendo A Culpa é das Estrelas do que Machado de Assis. Uso essa frase para pararem de reclamar do que os outros estão lendo. Não importa se o livro é um clássico ou não, se vai acrescentar algo ou não, se é criticamente considerado bom ou não. O que importa é a pessoa estar lendo!
    Mas enfim, seu post está excelente, compartilho totalmente de sua opinião. ❤
    https://leresenhas.wordpress.com/

    • Isso mesmo, Biel: o importante é a pessoa estar fazendo algo que ama!
      Fico MUITO feliz que tenha gostado e reblogado o texto. Obrigada. 😉

  2. Republicou isso em Aprendiz De Resenhistae comentado:
    Eu amei esse texto (e também me apaixonei por esse blog. Muito amor!) e compartilho da mesma opinião. Leiam e comentem no post original, gente!
    Até dia 18 (ou antes, se eu resolver postar algo ou reblogar mais alguma coisa…)
    P.S.: Primeira vez que estou usando essa ferramente do wordpress. Vamos ver como funciona!

  3. Que ponto de vista brilhante. …
    Me identifiquei com muitas coisas e discordei de outras, mas sua publicação foi deliciosa de acompanhar e compartilhar. …
    Meus parabéns!

  4. Gostei muito do texto e concordo. Só tem uma coisa: apenas quem lê com certa frequência escreve fluentemente. Posso não estar certo disso para casos específicos, mas em média isso é incontestável. Não sei o quanto isso seria importante para a sociedade, rs, mas a capacidade de se comunicar pela escrita de maneira precisa é uma qualidade importante para o indivíduo. Em um mundo de internet, isso gera grandes confusões, por exemplo, em foruns de discussão. E nas escolas, a incapacidade de se comunicar eventualmente emperra o progresso do aluno. O que diremos da “vida adulta”, em um emprego que exige no minimo escrita?

    • É verdade, Thiago. Mas aqui me refiro à leitura de literatura, como hobby. De fato, a habilidade de compreensão de texto e expressão é muito importante. Mas ela pode ser desenvolvida, por exemplo, lendo notícias, que é um hábito mais comum e bem diferente de ler literatura.

  5. Opinião meio rasa.Achar que a culpa da falta de interesse na leitura seja porque existe uma classe elitizada e que, por sua postura arrogante e intelectualoide, inibe, assim, a formação de novos leitores, é no mínimo cínica ou até mesmo completamente burra.Você quer um país com mais gente que lê?Torne-se ministra e invista maciçamente em educação de ponta e em altos salários no corpo discente, depois disso, aí poderemos conversar sobre assunto.

    • Teseu, obrigada pela educação.
      Eu não disse que a postura arrogante é a causa da falta de leitura, disse apenas que ela é prejudicial e pode agravar o problema.
      Também não disse que quero um país com mais leitores. Sugiro reler a parte final do texto.

      • Hahaha acho que tem alguém aí precisando melhorar suas capacidades de interpretação de texto, einh Teseu? 😛
        E sair chamando a opinião dos outros de burra só porque discorda dela é tão, mas tão escroto, cara. Faz isso não.

    • Comentário típico de quem só passou de olhos pelo texto e já desceu para utilizar a caixa de comentários sem ter apreendido o texto.

      Sugiro reler o texto com calma e depois refazer seu comentário.

  6. Excelente post! Concordo com tudo, e creio que hoje o principal problema em relação à leitura é que as pessoas acreditam que podem determinar o que o outro pode ou não fazer, o que o outro deve ler e do que deve passar longe. Uma pessoa tem todo o direito de não gostar de um livro, mas não tem direito algum de tentar impedir os demais de ler esse mesmo livro só porque ele achou ruim. Por outro lado, também acho chatos aqueles fãs que não aceitam críticas ao seu objeto de adoração, como se o fato de alguém não ter gostado de seu livro favorito fosse diminuir a experiência que você teve ao lê-lo.

    • Obrigada, Laís!
      Também não gosto de quando as pessoas não sabem receber críticas. Mas é igualmente irritante quando a crítica é sem fundamento algum. Uma coisa é dizer “não gosto”, outra coisa é dizer “isso aí é ruim” – quando se diz que algo é ruim, é preciso fundamentar essa afirmação!

  7. Muito bom esse texto!
    Acho que o Harry Potter abriu portas para que os jovens lessem livros maiores e foi muito importante por causa disso, mas concordo que ele não leva as pessoas a lerem outros estilos literários. Essa série mostrou que livros grandes não são inalcansálveis e contribuiu para descer o livro do pedestal que ele parecia estar. Nunca li, mas admiro pelo seus feitos.
    De qualquer forma, concordo que cada um lê o que quiser – se quiser ler!
    Abraços!

  8. Parabéns pela opinião sincera e sensata. Hoje em dia só encontro opiniões amargas e, infelizmente, fracassadas, como se precisassem maldizer o outro para se auto afirmarem. Você consegue ser diferente e passa segurança e empatia no que diz. O tipo de pessoa que o mundo carece. Continue com o bom trabalho e muita sorte na sua vida. 😀

  9. Esse parte do “brasileiro não lê” é um mito muito generalizado. E concordo com o texto, a leitura hoje é elitizada. Sabemos que livros são caros e que quem lê não se importa em pagar caro em um livro, mas quando alguém fala que gosta de ler, costuma haver um assombro da parte das outras pessoas. Ler é uma competência da linguagem. Todos precisamos dela o tempo inteiro. Mesmo alguém que não leia cem livros num ano teve que ler este post, tem que ler uma receita, tem que ler uma placa de trânsito. Mas o hábito da leitura não é algo que todos cultivem e ok, tudo bem.

    Um livro ruim para mim é aquele que não me cativa. Mas não é porque não me cativou que não vá cativar os outros. O livro ruim tem sua utilidade em nos ajudar a lapidar nosso gosto, voltado para este ou aquele estilo. Além disso, as pessoas têm a horrível mania de achar que um livro best seller é ruim. E não é, ele apenas vendeu demais, aí todo mundo acha que só porque vende muito é de má qualidade. 😦

    Sobre as bibliotecas terem só os clássicos, as bibliotecas de escolas públicas costumam sofrer esse problema, porque elas só recebem livros do governo que já estejam em domínio público. Qualquer livro mais recente tem que ser por doação. Isso deve ter dado à impressão ao leitor que as bibliotecas não possuem livros novos, pois muitos alunos de escolas públicas reclamam da mesma coisa.

    Resumindo, generalização, mitos e preconceitos não estão ajudando a leitura nem a literatura. Claro que o importante é ler, mas ler tem que ser um prazer, não um fardo. ❤

  10. Bom texto, embora eu tenha de discordar do fato dela não concordar com a frase “Leiam o que quiserem, mas leiam.” acho que limitar dizendo que existe literatura boa ou ruim… e não só literatura mas arte em geral, livros, quadros, filmes etc … de qualquer forma dizer que existe arte boa ou ruim já é se classificar como “elite intelectual”, porque sem querer entrar em questões chatas… nós consumimos produtos artísticos que conseguimos entender o suficiente para apreciar… ou seja como alguém que não tem o hábito de ler vai pegar esse hábito sem começar por algo “ruim” que está mais de acordo com suas capacidades? todos nós apreendemos a ler lendo a pior das literaturas, placas na rua, embalagens de produtos, depois livros infantis e fomos evoluindo a partir dai … dizer para quem não tem o hábito da leitura que existe algo bom ou ruim pode afasta lo… por exemplo cinema anos atrás eu quis apreender um pouco mais, assistindo filmes cult … fui assistir 2001 por exemplo e … que filme chato eu pensei na época e desisti de assistir esse tipo de filme por um bom tempo… só depois de ir gradativamente melhorando a qualidade dos filmes que assisto que hoje finalmente consigo compreender 2001 e ver que é um bom filme … em outras palavras cada um deve ler o que condiz com suas capacidades intelectuais e sempre ir aumentando um pouquinho a barra de dificuldade… “Leiam o que quiserem, mas leiam, e busquem ler cada dia algo um pouco mais complicado”

  11. Achei legal o post. Acrescento mais um item : Professor não lê. Calma! Esta digníssima frase foi dita pela diretora da escola onde dou aulas. Na hora fez-se um silêncio sepulcral na sala, acho que os professores não estavam pensando em contradizer a dita cuja e sim, talvez como eu, estivessem pensando no número de livros que leram ultimamente. Sério, ela disse uma coisa inteiramente nova para mim. Professor não lê? Eu leio, de gibis a tudo que me cair em mãos. Já tive uma coleção de 700 gibis ( Adoro o Chico Bento, a Margarida…) Também já li Papillon e sua sequência; O banco, isso quando era adolescente. Minha biblioteca é extensa. Deixa eu explicar, sou professora de Português e Literatura, motivada pelo meu amor às Letras. Somos parceiras na paixão pelos livros. Gosto quando vejo pessoas lendo, principalmente se for jovem. Até mais. Abçs.

    • Infelizmente, este não é um mito. Já vi professor dizer que detestava ler, que não entendia o que a gente (eu, professora, e os alunos) viam de tão interessante num livro. E não era só ele não, tinham outros que concordavam com isso, dizendo que ele já tinha lido muito na faculdade pra ter que ler pra trabalhar também.

      Horrível, mas acontece sim. 😦

  12. Pingback: Links da Semana #2 - Who's thanny?

  13. Eu sou professora e escritora e blogueira também (heloizahbarbosa.com), e achei importantíssimo voce falar desses clichês como mitos, pois estes assim o são. Um elemento importante também de ser abordado é sobre a inexistência de uma política de incentivo à leitura no Brasil. Os preços dos livros no Brasil são absurdamente altos, comparados com outros países da américa latina, como a Argentina, o Uruguai e o Chile, por exemplo. Isso faz com que este objeto se distancie das mãos das pessoas com menos privilégios economicos. Há um número irrisório de bibliotecas nas cidades brasileiras também, e isso é lamentável.
    Eu escrevi uma cronica no meu blog chamada “Primeiro Amor” na qual eu falo da descoberta do amor pelos livros feita pelo meu filho e por mim. E como essa descoberta do mundo das letras ainda não é acessível a muitos no Brasil.
    E, por último, eu acho que nos escrevemos e lemos para entender o mundo a nossa volta. E nesse processo de entendimento eu acredito que leitura tem um lugar privilegiado. Manter uma comunidade distante da leitura é negar-lhe a preciosa descoberta de si e do mundo.

    parabéns pelo blog!!

  14. Como todo bom comentador de blogs eu realmente preciso me pronunciar sobre o post, embora, talvez, eu não tenha muito o que acrescentar. Ou, para melhor dizer, eu não tenho muito como contradizer o post, embora, haja alguns comentários menores a serem feitos. Como professor (olha outro aqui) acredito que seja, sim, importante a criação do hábito de leitura. Causar prazer ou não – ao meu ver – é consequência da ligação criada entre leitura e prazer, porém, mais que isso a valorização de seus aspectos mais básicos. Compreender sua importância pode sim diminuir a aversão de fazê-lo e eu não acredito que não haja leitores para todos os tipos de obras. E não me refiro à literatura que, infelizmente, no termo lato da academia é setorizada por aqui. O que quero dizer com isso é que qualquer um que se considere um bibliófilo (não apenas um leitor literário, ou mesmo setorizado de um certo tipo de gênero) pode achar prazer nas coisas mais variadas: um tratado de magia de Giulliano Kremmerz ou de Alexander Crowley pode ser uma lufada de ar frescos nos inúemros livros científicos, literários e históricos e ser uma leitura de qualidade. Não há leitura melhor para estimular a imaginação que esses tratados místicos e eles são boas leituras. Dentro de seu “campo” eles são profundamente imaginativos e extremamente interessantes e são de certa forma uma fonte de erudição bastante vasta. Isso apenas para dar um exemplo. Dizer que a leitura deve apenas se manifestar como prazer é, talvez, ignorar, que há tantos tipos de livros quanto há de leitores. Muito embora, eu tenha conhecido leitores com gostos obscuros ou bizarros demais para ler algo de circuito em livro. Ainda assim é uma idéia a ser considerada. E antes que me critiquem dizendo que não li o post eu li bastante bem para saber que ela não quis propriamente que leitores devam ser selecionados. Aliás, eu afirmei EXATAMENTE o contrário disso. Tendo dito isso fecho meu post recomendando enormemente tratados de magia. São deliciosos de se ler.

  15. Eu acho que ler pode sim ser um hobby de algumas pessoas e não de outras, mas será que a leitura dever ser encarada apenas como um hobby? Mais do que isso, como professor, entendo que a educação passa inevitavelmente pelo processo da leitura, que deve ser devidamente estimulada de forma que não pareça uma opressão, como muitas vezes acontece nas escolas, e crie nas pessoas uma hostilidade pelos livros.

  16. Pingback: [Com Opinião] Flipop e o preconceito com a literatura YA | Sem Serifa

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