Sinopse:

Uma das mentes mais geniais do mundo moderno, Stephen Hawking guia o leitor na busca por respostas a algumas das maiores dúvidas da humanidade: Qual a origem do universo? Ele é infinito? E o tempo? Houve um começo e haverá um fim? Existem outras dimensões além das três espaciais? E o que vai acontecer quando tudo terminar? Com ilustrações criativas e texto bem-humorado, Hawking desvenda desde os mistérios da física de partículas até a dinâmica das centenas de milhões de galáxias do universo. Para o iniciado, é uma bela representação de conceitos complexos; para o leigo, é um vislumbre dos segredos mais profundos da criação.

Fonte: Intrínseca

Sou uma curiosa por assuntos científicos: astronomia e teorias sobre o universo sempre me encantaram. Por isso eu já estava há anos interessada em conhecer os livros de Stephen Hawking; o que me impedia era o medo de não entender nada (oi, sou de humanas).

Uma breve história do tempo era o livro certo para que eu enfrentasse esse medo. Com a proposta de falar sobre as teorias que a ciência já criou sobre o universo, especialmente sobre o conceito de tempo, a obra não é voltada para físicos, e sim para leigos interessados em ciência. O autor defende que a ciência seja menos elitizada e mais acessível a todos, e faz um trabalho incrível nesse sentido, fazendo seu leitor sentir que está aprendendo bastante.

O livro se inicia com uma explanação sobre a percepção que a humanidade tem sobre o universo, e como ela foi mudando com o passar dos séculos, passando por Aristóteles, Copérnico, Galileu, Newton e Einstein. Nessa parte, Hawking familiariza o leitor com algumas ideias importantes da ciência: o que é uma teoria científica, e quais são as duas grandes teorias que descrevem o universo hoje (relatividade geral e mecânica quântica). Mais para a frente, Hawking se aprofunda nessas duas teorias; ele explica o que elas atestam e como os cientistas chegaram em sua formulação atual.

Suas explicações são agradáveis de ler, e o autor tem um excelente senso de humor. Referências históricas são pontuadas por comentários espirituosos, e seus exemplos são sempre engraçadinhos – chega a ser considerado humor negro se um físico joga um astronauta dentro de um buraco negro e depois lamenta que ele não possa voltar porque “virou espaguete”?

Esses momentos de leveza são muito bem-vindos, porque os conceitos explicados por Hawking podem ser bem difíceis de entender. Os capítulos iniciais do livro, que se focam na lei da gravidade e na relatividade geral, foram bem fáceis para mim, mas minha leitura travou bastante quando cheguei à mecânica quântica. Nessas partes, foram necessárias várias pausas e a releitura de alguns parágrafos, e às vezes até procurar outras fontes (como vídeos no YouTube) para entender melhor certos conceitos.

Mas a sensação geral é de que Hawking torna a ciência o mais palatável possível, mesmo que alguns assuntos sejam especialmente complicados. E faz isso de forma admirável – não é uma tarefa simples resumir tantos assuntos e organizá-los numa ordem lógica e com uma curva de aprendizado razoável.

Entre uma explicação e outra, o autor também conta umas fofocas do mundo da ciência, revelando alguns pesquisadores que foram injustiçados pelo Nobel, e até gente que brigou por causa de teorias da física. São curiosidades interessantes que vão pontuando o livro, juntamente com algumas menções à história de vida do próprio autor, que ficou famoso não apenas por sua pesquisa, mas por sua trajetória pessoal. (Parte de sua vida foi retratada recentemente em um filme lindo chamado A teoria de tudo.)

Aprender sobre o tempo e o espaço é fascinante, e mesmo as partes mais difíceis não me desanimaram com esse livro. Hawking sabe estimular o fascínio e o amor pela ciência, e ainda nos deixar esperançosos pelos rumos que a ciência pode tomar.

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Uma breve história do tempo
Autor: Stephen Hawking
Tradutor: Cássio de Arantes Leite
Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 1988
Ano desta edição: 2015
256 páginas

Exemplar cedido em parceria com a Intrínseca.

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Citação favorita:

Sempre ansiamos por compreender a ordem subjacente do mundo. Hoje, ainda almejamos saber por que estamos aqui e de onde viemos. O desejo profundo da humanidade pelo conhecimento é justificativa suficiente para nossa busca contínua. E nossa meta não é nada menos do que uma descrição completa do universo onde vivemos.