Sinopse:
Salvador levava uma vida tranquila e descomplicada ao lado de seu pai adotivo gay e de Sam, sua melhor amiga. Porém, o último ano do ensino médio vem acompanhado de mudanças sobre as quais o garoto não tem nenhum controle, como ímpetos de raiva que ele não costumava sentir. Além disso, Salvador tem que lidar com a iminente morte da avó, com uma tragédia repentina que acontece na vida de Sam e com o fato de seu pai estar se reaproximando de um ex-namorado. Em meio a esse turbilhão de sentimentos, que vão do luto ao amor e da amizade à solidão, Sal passa a questionar sua própria origem e identidade, e tenta encontrar alguma lógica para a sua vida – uma tarefa que parece quase impossível.
Fonte: Seguinte
Salvador Silva é um garoto branco vivendo no sul dos Estados Unidos. Seu sobrenome vem de sua família adotiva, que faz Sal se sentir um verdadeiro mexicano. E essa é apenas a primeira de muitas peculiaridades – e causas de conflito – na vida desse protagonista.
A mãe de Sal morreu quando ele tinha três anos e desde então mora com seu pai adotivo, um artista plástico gay. A família dele também inclui muitos tios, sua avó, que todos chamam de Mima, e a melhor amiga de Sal, Samantha. Juntos, Sal e Sam estão prestes a passar por momentos extremamente conturbados. Doença, acidente, luto, violência, bullying e relacionamentos abusivos são algumas das realidades que os personagens vão ter que encarar de uma só vez, durante seu último ano na escola. Para completar, Sal recebe uma carta de sua falecida mãe e não se sente pronto para lê-la.
O leitor acompanha os adolescentes durante todos esses conflitos, inclusive quando eles têm reações inesperadas e precisam lidar com o próprio descontrole. É um romance sobre amadurecimento, sobre encarar a vida adulta com o que ela tem de pior. Nas palavras de Sam, eles estão aprendendo a “fingir não ter medo do escuro”.
Mas é também uma história sobre oferecer o melhor de si àqueles que ama. Como em seu livro de estreia, Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo, Sáenz constrói relacionamentos honestos e empáticos entre adultos e adolescentes, e também entre os adolescentes em si. Outro bônus que parece uma constante dos livros do autor é que o foco não é em relacionamentos amorosos, mas em amizade e parentalidade. É impossível não adorar o pai de Sal e a forma como ele acolhe e educa os adolescentes de quem cuida, o que, em meio a tantas dificuldades, é um alento para eles e também para o leitor. Ao mesmo tempo, é um pai humano e com os próprios conflitos, e sua relação com o filho me lembrou um pouco a dos protagonistas de Volto quando puder (que eu não sou patrocinada para mencionar sempre que possível).
O estilo narrativo do livro não é dos meus favoritos, por ser bastante fragmentado – os capítulos curtos, narrados em primeira pessoa por Sal, são compostos principalmente de diálogos, trocas de mensagens e rápidas reflexões. Mas isso ajuda a tornar a leitura mais leve, em combinação com alguns trechos narrativos mais poéticos e com as cenas mais felizes que aparecem entre os tantos conflitos.
É um livro fofo para refletir sobre os assuntos mais pesados da vida adulta, sem perder a leveza da juventude.
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A lógica inexplicável da minha vida
Autor: Benjamin Alire Sáenz
Tradutora: Flávia Souto Maior
Editora: Seguinte
Ano desta edição: 2017
448 páginas
Citações favoritas:
Meu pai dizia que aquilo era como fingir não ter medo do escuro. Bom, acho que, uma vez que se está no escuro, o melhor é fingir não ter medo. O dia não dura para sempre, e a escuridão sempre volta. O sol nasce, o sol se põe. E lá está você, no escuro, outra vez. Você precisa fingir que não tem medo, ou o silêncio e a escuridão te engolem.
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Até agora a vida havia sido lenta e fácil e, de repente, eu tinha a sensação de que estava em uma corrida de revezamento sem ninguém para entregar o bastão.
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Acho que existem momentos de beleza silenciosa na minha vida.
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Parecia que ele ainda estava um pouco chateado consigo mesmo. Ou talvez estivesse triste por ter demorado tantos anos para se transformar no que era hoje. Fiquei imaginando quanto tempo eu demoraria para me tornar a pessoa que deveria ser.
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Não suportava ver ninguém machucando as pessoas que eu amava. Porque eu amava tanto que sentia a dor também.
Amo esse livro. E essa capa maravilhosa!
Nunca li nada desse autor, fiquei interessada!
Brenda, eu gostei mais do Aristóteles e Dante; se você for ler algum, indico começar por esse. 😉