[Resenha] Mentes sombrias

mentes-sombriasSinopse:

Do dia para a noite, crianças começam a morrer de um misterioso mal súbito. Em pouco tempo, a doença se espalha e os que sobrevivem a ela desenvolvem habilidades psíquicas assustadoras.
Uma delas é Ruby. Na manhã do seu décimo aniversário, um acontecimento aterrador faz com que seus pais a tranquem na garagem e chamem a polícia. A menina é então levada para Thurmond, um acampamento que segue as diretrizes brutais do governo vigente.
Seis anos depois, ela se torna uma das jovens mais perigosas de Thurmond, embora tenha que esconder isso a todo custo para a própria segurança. Quando a verdade vem à tona, Ruby desperta o interesse de muitas pessoas e precisa escapar às pressas. Fora dali, ela se alia a fugitivos de outros acampamentos e conhece Liam, que lidera uma fuga em direção ao único refúgio para adolescentes como eles. Por mais que queira fazer amigos e ter uma vida normal, Ruby sabe que isso não vai ser possível, porque nenhum lugar é seguro, e ela não pode confiar em ninguém — nem em si mesma.

Fonte: Intrínseca

Uma doença que afeta apenas as crianças se espalha pelos Estados Unidos. A maior parte delas sofre morte súbita, mas as sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Se as centenas de milhares de mortes já não fossem ruins o suficiente, sabemos que ninguém gosta de crianças com superpoderes, especialmente se você é um adulto que precisa controlá-las. Por isso, o governo começa a criar instituições para interná-las. São acampamentos onde elas são classificadas de acordo com o tipo de poder que desenvolveram (cada tipo denominado por uma cor; por exemplo crianças “amarelas” controlam eletricidade) e ficam isoladas do resto da sociedade e impedidas de usar suas habilidades.

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Crianças superpoderosas são tão fofinhas.

Ruby é uma dessas crianças. No seu aniversário de dez anos, ela descobre seus poderes e é separada da família em um evento extremamente traumático. Para piorar sua situação, Ruby é uma “laranja” – crianças com poderes psíquicos tão fortes e tão incontroláveis que o governo as extermina secretamente. Mas Ruby sobrevive ao conseguir enganar os testes de classificação fingindo ser uma verde. Sem poder confiar em ninguém e sem ter controle sobre as próprias habilidades, ela vive anos solitários e opressivos no acampamento e, mesmo ao conseguir sair de lá e fugir com outros jovens, seus poderes a intimidam e a impedem de se abrir de verdade com qualquer outra pessoa.

Este livro foi anunciado pela editora como uma mistura de X-Men com Jogos Vorazes, e lançado no mesmo mês em que chegou ao cinema a adaptação feita pelos mesmos produtores de Stranger Things.

Apesar do cenário distópico, achei a trama e a narrativa muito mais parecidas com Crepúsculo, pela falta de grandes cenas de ação (em comparação com a expectativa que os superpoderes geram) e pelo grande foco em um triângulo amoroso e nos dramas pessoais da protagonista. A maior diferença entre este livro e a obra de Stephenie Meyer é que Alexandra Bracken é bem mais pessimista e menos gentil com seus personagens.

Senti falta de que o cenário distópico e seus desdobramentos políticos fossem mais explorados – a trama é mais focada em dramas pessoais, o que também não foi satisfatório porque muitos personagens são bastante planos. Há também pequenas incoerências na construção deles e alguns diálogos desconexos, questões que provavelmente poderiam ter sido corrigidas no processo de edição da obra original.

A história cria um paralelo interessante com Em busca de Watership Down: um dos personagens está lendo esse clássico americano, e ao longo da trama Ruby vai identificando várias semelhanças entre sua história e a dos personagens de Richard Adams, inclusive citando trechos que explicam a comparação. Mas é possível que alguns leitores não associem imediatamente os dois livros pois, em Mentes sombrias, a obra foi chamada de A longa jornada, uma tradução mais antiga para o título do livro, em vez de Em busca de Watership Down, da edição atual da Planeta.

Os problemas do livro não deixaram a leitura insuportável, mas ela não fez jus às expectativas – é um livro mais válido para quem procura um romance juvenil despretensioso do que uma distopia com grandes conspirações.

*

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Mentes sombrias
Autora: Alexandra Bracken
Tradutora: Viviane Diniz
Editora: Intrínseca
Ano desta edição: 2018
384 páginas

Este livro foi cedido em parceria com a Intrínseca.

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Uma resposta em “[Resenha] Mentes sombrias

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