Sinopse:
Derrotada, devastada e levada quase à extinção, a raça humana se vê presa em um planeta distante, constantemente atacado por misteriosos combatentes alienígenas. A jovem Spensa anseia por se tornar piloto e se juntar à resistência. Quando descobre os restos de uma velha nave, de um modelo que nunca tinha visto na vida, ela percebe que seu sonho pode enfim se tornar realidade.
Fonte: Minotauro
Não deveria ser surpresa nenhuma o fato de que o primeiro livro que li este ano, um lançamento de Brandon Sanderson, é completamente incrível e viciante e causou aquela sensação de não querer que o livro acabe, mas também não querer largá-lo nunca.
Skyward é um YA de aventura espacial narrado por Spensa, uma garota de 18 anos que vive no planeta Detritus. Seu sonho é se tornar piloto de caça estelar e, assim como seu pai, lutar na guerra contra os misteriosos Krell, uma raça alienígena que tenta exterminar a humanidade. Apaixonada por histórias de antigos guerreiros e disposta a morrer em batalha como eles, ao longo do livro Spensa vai aprendendo muito sobre guerra, lealdade e coragem.
Esse é um livro cheio de naves velozes, ameaças mortais e batalhas entre caças – então recomendo fortemente aos fãs de Star Wars! As cenas de ação são de tirar o fôlego, mas sempre trazem uma forte carga emocional e momentos que impactam todos os personagens, tornando a guerra deles bem mais realista.
Aliás, é fascinante como essa narrativa cheia de aventura, batalhas espaciais e cenas de ação evolui para uma história sobre autoconhecimento e sobre questionar os próprios paradigmas. Spensa precisa encarar não apenas a guerra, como desafios pessoais – preconceitos e histórias do passado tornam sua família mal vista em toda a sociedade, e fecham muitas portas que a garota precisa aprender a abrir. De quebra, o autor aproveita para falar sobre meritocracia e questiona sistemas políticos e militares.
O crescimento de Spensa é muito satisfatório e torna a protagonista cativante. E os outros personagens não ficam atrás. Para fazer um combo de comparações ousadas, vou também indicar esse livro para quem é fã de Harry Potter (!). Afinal, os coadjuvantes fazem com que você queira conviver com Spensa e seus amigos e aprender com eles em seus treinos e batalhas. Cada personagem tem seus próprios sonhos e percalços, e todos passam por um desenvolvimento gostoso de acompanhar – vamos aprendendo mais sobre eles pelos olhos de Spensa e suas trajetórias também contribuem para a evolução da garota.
O mundo de Skyward é intrigante. O planeta Detritus abriga o que restou da humanidade aniquilada, e seu povo tem acesso a tecnologias incríveis, a maioria delas herdada dos antigos e desconhecidos habitantes desse mundo. Os humanos agora vivem em cavernas subterrâneas para se proteger dos ataques dos Krell, e nem na superfície conseguem enxergar o céu, pois a atmosfera do planeta é poluída por uma densa camada de detritos em órbita. Todo esse cenário é curioso e, embora esse não seja o foco da história, a narrativa é permeada pela questão das origens desse mundo e de quem viveu ali antes dos humanos.
Skyward me fez rir, me tirou o fôlego e causou comoção em muitos momentos, além de me deixar acordada até tarde lendo ou procurando fanarts (em vão) na internet. A tradução da Minotauro tem alguns escorregões, mas nada que diminua o ritmo incessante da leitura – e vale a pena comprar a edição impressa para apreciar as ilustrações mostrando as naves espaciais e seus esquemas de manobras.
Comentários irrelevantes e COM SPOILERS:
- Ironsides não precisava ser tão má. Às vezes ela só age com requintes de crueldade, como quando rouba o broche do pai de Spensa. Poxa.
- M-Bot é divertidíssimo; eu não gostava tanto de uma nave desde Justiça ancilar.
- Kimmalyn também é incrível, e eu espero MUITO ver mais do crescimento dela nos próximos livros. Aliás, gosto muito de como vemos personagens desistindo e mudando de rumos ao longo dessa história, e do fato de que os caminhos escolhidos por eles não os tornam inferiores, ao contrário do que sua sociedade prega.
- Eu queria pessoalmente entregar uma medalha a Cobb todos os dias da vida dele.
- Eternamente chateada que a edição em português não tenha traduzido o nome de Doomslug para Lesmortal ou qualquer outro trocadilho.
FIM DOS SPOILERS, mas fim da resenha também.
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Skyward: conquiste as estrelas
Autor: Brandon Sanderson
Tradutora: Márcia Blasques
Editora: Minotauro
Ano de publicação: 2018
400 páginas
Citações favoritas:
As crianças que zombam de você estão presas nessa rocha. Suas cabeças são cabeças de rocha, seus corações estão debaixo de pedra. Concentre-se em algo maior. Em algo grandioso.
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As pessoas precisam de histórias, filha. Elas nos trazem esperança, e essa esperança é real. Se esse é o caso, então o que importa se as pessoas das histórias realmente existiram?
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O som mais maravilhoso de todos é o lamento dos meus inimigos gritando meu nome para os céus, com vozes agitadas e agonizantes.
Venho desenvolvendo um interesse crescente nesse autor, muito provavelmente por causa de um certo blog aí que eu acompanho XD, ainda que tenha lido muito pouco dele até agora. O Brandon escreve como o que imagino ser jogar bola com o Ronaldinho Gaúcho: cinco minutos de jogo, dezenas de dibres por capítulo e de repente você se pergunta “o que que tá pegano?” enquanto leva um chapéu olhando pro lado errado porque ele usou aquela técnica marota da cutucadinha no ombro e te deixou com a maior cara de otário. Ele consegue te apresentar e construir o mundo com cenas de fuckin’ AÇÃO, sem os famigerados info dumps com paragrafões de explicação pessimamente disfarçados que tratam e gente que nem retardado.
E o que é pior: ele não escreve só com qualidade mas em quantidade também, o que eleva o padrão de escrita a níveis de rendimento impraticáveis no nicho da fantasia (NÃO TO PENSANDO EM NINGUÉM ESPECÍFICO QUANDO ESCREVO ISSO – EM NENHUM DOS DOIS). Cinco minutos no Google por curiosidade e até onde pesquisei ele já tinha avisado que tem um rascunho completo da sequência desse livro, antes da publicação oficial do próprio Skyward! OLHA ESSE DESGRAÇADO!
…Terminado o desabafo, fica só o agradecimento e os parabéns pela resenha. Acompanho sempre o blog (embora nem sempre comente) e garanto que o trabalho de vocês já influenciou bastante nas minhas leituras. Inclusive vou adiantar as sequências do Steelheart na minha pilha de leituras depois desse post! Valeu e bom 2019 pra vocês!
Rapaz, a única coisa decepcionante no Brandon Sanderson é que a gente não consegue ler na velocidade que ele escreve! Os YA dele são incríveis; eu tô amando Skyward tanto quanto amei a série Executores, e já ansiosa pela data de lançamento desse volume 2.
Depois conta pra gente o que achou dos livros! Passa mais por aqui pra deixar seus comentários. 😀 Ficamos muito felizes ao saber que você curte as resenhas e aproveita as nossas indicações.
Um ótimo 2019 pra você!