Sinopse: Em maio de 2012 o autor best-seller Neil Gaiman subiu ao palco da University of the Arts na Filadélfia para fazer um discurso de formatura. Durante dezenove minutos ele dividiu com os formandos suas ideias sobre criatividade, bravura e força, encorajando os novos pintores, músicos, escritores e sonhadores a quebrar as regras, pensar de forma inovadora e, acima de tudo, fazer boa arte. O discurso virou um livro, que contém o texto inspirador de Gaiman na íntegra.
Fonte: Contracapa do livro
Neil Gaiman dispensa apresentações. Você provavelmente o conhece como o autor de Sandman, O oceano no fim do caminho, Coraline ou de várias outras coisas. Minha introdução ao autor foi (o tragicamente pouco conhecido e ainda não traduzido no Brasil) Good Omens, uma pérola da comédia escrita junto com o fenomenal Terry Pratchett. Mas falemos sobre este livrinho.
Quando comecei a ler o discurso, percebi que já o havia assistido, quando saiu, alguns anos atrás – mas a leitura foi muito benvinda, especialmente porque o design do livro é muito legal, fazendo brincadeiras gráficas que ajudam a transmitir a mensagem do autor.
Gaiman consegue dizer muito com poucas palavras: conta um pouco do “segredo” de seu sucesso, que se resumiu a sair por aí fazendo arte, e apresenta alguns conselhos e regras. Um desses conselhos é exatamente quebrar as regras. Segundo ele, desconhecer os limites só ajuda na arte – e, na verdade, em tudo.
Se você não sabe que é impossível fica mais fácil fazer.
Claro que deve haver – ou pelo menos é o que pensamos – certa dose de talento em todo artista, incluindo Gaiman, mas ele nos lembra de dois fatos essenciais e indiscutíveis: nem tudo que um artista (de sucesso ou não) faz dá certo, e o que você tem a oferecer ao mundo é único (um fato que todo mundo gosta de ouvir). Há uma dose de sorte, sim, mas fazer é o primeiro passo.
Gaiman também fala um pouco da nossa relação com o dinheiro, e de como sempre se arrependeu de ter feito coisas apenas para receber um pagamento. Claro que seria legal, como ele diz, fazer só o que nos dá prazer – de modo que, segundo ele, se um trabalho não dá dinheiro, pelo menos temos a satisfação de ter feito algo de que nos orgulhamos e com o qual aprendemos. Mas a gente sabe muito bem que dificilmente essa é uma escolha possível. Mas tudo bem – o discurso é para formandos, e seu tom é apropriadamente otimista. E não é como se Gaiman esquecesse os problemas: fala dos dilemas tanto do fracasso como do sucesso, nos lembrando que sempre estaremos enfrentando alguma dificuldade.
Fora os conselhos, há outra parte ótima do discurso, que todo mundo que trabalha como frila – ou os contrata! – vai adorar. Gaiman apresenta suas três regras de trabalho freelancer. Não quero dar spoilers, então digo apenas que, pela minha experiência dos dois lados da história, suas “regrinhas” são muito verdadeiras.
É uma leitura rapidíssima, e você pode encontrar o vídeo do discurso na internet (a própria edição não tenta esconder o fato e fornece o link, embora o vídeo não tenha legendas). Mas, pra você que acha chato dar um link de aniversário, esta edição é um presente bem bonito para aquele seu amigo artista ou aspirante.
*
O discurso “Faça boa arte”
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 2014
80 páginas
Citações preferidas
Os problemas do fracasso são difíceis. Os problemas do sucesso podem ser piores, porque ninguém avisa sobre eles.
*
Se estiver cometendo erros, quer dizer que está por aí, fazendo coisas.
*
Quando as coisas ficarem complicadas, é assim que você deve agir: Faça boa arte.
Livro cedido em parceria com a Intrínseca.
Fiquei instigada para saber mais sobre o livro, achei interessante a proposta. Bjs
http://www.divaemconstrucao.wordpress.com
Pingback: [Especial] Minhas leituras de 2014 + Planos pra 2015 | Sem Serifa
Pingback: [Resenha] Os filhos de Anansi | Sem Serifa
Pingback: [Resenha] Alerta de risco | Sem Serifa