Se a cada quatro anos, tudo é desculpa pra falar de futebol, o ano inteiro o Sem Serifa tem boas desculpas pra falar de livros. Fizemos nossa própria TAG de livros para esta Copa, misturando alguns itens de outras TAGs e criando alguns nossos. E você, quais são os seus livros para a Copa do Mundo?
Pênalti: um livro que te encheu de esperança
Bárbara: O fim da infância, de Arthur C. Clarke. Apesar de alguns eventos cataclísmicos, o tom geral do livro é otimista e eu amo a visão de Clarke sobre os potenciais da humanidade.
Gi: Ordem vermelha, de Felipe Castilho. Sei que governos tirânicos não são exatamente o que se espera nesse item, mas ver o Raazi, Yanisha, Aelian e Aparição resistirem a ele à sua própria maneira e tomarem a decisão de mudar a realidade que vivem me encheu de esperança.
Prorrogação: um livro que merece continuação
Bárbara: Nimona!!!! Eu quero continuações, prequels, adaptações, fan arts, qualquer coisa de Nimona!!!!!
Gi: A maioria dos livros que me ocorreu para esse item já tem continuações! Então escolhi o A parábola dos talentos, que é o segundo da série Semente da Terra. O terceiro volume estava sendo escrito quando Octavia Butler morreu ):
Impedimento: um livro que alguém precisou explicar para você
Bárbara: Toda a obra do Philip K. Dick. O primeiro contato que tive com o autor foi com Ubik, que li sem saber o que esperar e sem nunca ter ouvido falar de Dick. Na época, achei o autor péssimo, o plot twist óbvio e a história muito nada a ver. Anos depois, depois de entender melhor a obra dele, cá estou, querendo consumir tudo o que PKD já escreveu. (Mas não, ainda não reli Ubik).
Gi: A máquina diferencial. Esse é um livro que me encheu de expectativas e empolgação. Aceitei as peculiaridades na espera de um final que realmente as justificasse — mas em vez disso ganhamos um posfácio dos autores que explica o que o romance em si não foi capaz. Achei um pouco feio que eles tenham escolhido usar esse recurso em vez de elaborar um texto autossuficiente.
Goleiro: um autor ou livro que segurou a barra, mesmo com várias críticas
Bárbara: O ódio que você semeia, de Angie Thomas, é um livro que samba na cara de quem tem preconceito contra YA. Sempre indico ele e não falha – mesmo os mais críticos do gênero reconhecem a qualidade e a importância desse livro.
Gi: Anno Dracula é livro considerado louco demais por alguns. Tem uma premissa ousada e uma narrativa divertida que nos ajuda a imaginar as consequências de um mundo em que o sobrenatural parece só… normal.
7×1: um livro que te deixou derrotada
Bárbara: Todos os livros do Khaled Housseini me derrotaram – ele tem o dom de escrever algumas das histórias mais tristes que já li. Em especial A cidade do sol, protagonizado por mulheres afegãs cuja história de vida é bem trágica.
Gi: Kindred. Essa ficção científica não apenas nos deixa absurdados com a sociedade escravagista do século XIX, mas também com quanto dos abusos e preconceitos prevalecem estruturalmente até hoje.
Canarinho pistola: um livro que você leu usando a força do ódio
Bárbara: Surpreendente, de Maurício Gomyde. A trama tinha tantos absurdos e era tão mal escrita, que fiz questão de terminar a leitura só pra poder constar na lista como pior livro lido naquele ano. Até hoje uso vários elementos desse livro como exemplos do que não escrever.
Gi: As boas mulheres da china. Um livro com relatos de mulheres chinesas que sobreviveram a situações surreais — porém é tudo verdade. O ódio ao patriarcado (e a empatia com essas mulheres) foi o que me fez seguir essa leitura dolorosa até o fim.
Hexa: um livro que você não perde a esperança de que vai ler
Bárbara: De tempos em tempos eu faço uma limpeza na pilha de livros não lidos, desistindo de alguns e admitindo que não vou ler. Mas tem alguns títulos que persistem e nos quais ainda tenho fé, apesar de estarem comigo há muito tempo: Eu sou Malala, Amor Plus Size e O cavaleiro da morte.
Gi: Ainda tenho esperança de ler a Bíblia. Embora tenha estudado em escolas católicas e até feito catequese, nunca frequentei missas/cultos e até hoje meu contato com seus livros é limitado. Gostaria de lê-los de uma perspectiva literária, pois contêm histórias matriciais para a civilização ocidental.
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