Se a cada quatro anos, tudo é desculpa pra falar de futebol, o ano inteiro o Sem Serifa tem boas desculpas pra falar de livros. Fizemos nossa própria TAG de livros para esta Copa, misturando alguns itens de outras TAGs e criando alguns nossos. E você, quais são os seus livros para a Copa do Mundo?
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Arquivo da tag: O ódio que você semeia
[Lista] Livros YA com temas importantíssimos
A literatura Young Adult ainda é subestimada. É relegada apenas a leitores em formação, e muitas vezes vista como um degrau que precisa levar à leitura de clássicos e de “alta literatura”, mesmo que muitos adultos já reconheçam o valor desses livros e o público adolescente se prove cada vez mais criterioso. Nos últimos 20 anos, o gênero se desenvolveu (não apenas em aspectos literários como também mercadológicos) e as editoras abriram espaço para obras voltadas para adolescentes.
Essas obras não são apenas relevantes, como também inovadoras. Diante de um público leitor cada vez mais exigente, os autores de livros YA têm ousado abordar muitos temas social e politicamente importantes – e nem é preciso dizer que não são temas que interessam apenas a adolescentes.
Separamos algumas indicações de livros dentro de diversas pautas sociais importantes para quem quer dar uma chance ao YA e entender por que esse gênero é cada vez mais relevante.
[Resenha] O ódio que você semeia
Esta resenha foi escrita com base no audiolivro em inglês da Harper Audio. Todas as traduções de trechos foram feitas por mim.
Sinopse:
Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos. Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial. Não faça movimentos bruscos. Deixe sempre as mãos à mostra. Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente. Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto. Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos – no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início. Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa. Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.
Fonte: Saraiva