Esta resenha foi escrita pela nossa querida amiga e colega de trabalho Isabela Norberto, formada na USP em Letras – Espanhol.
Lançado em 1948, este livro extraordinário foi escrito, segundo seu autor, “a partir de uma subjetividade total”. Em 1953, no livro Heterodoxia, Sabato comentou sua obra: “Enquanto eu escrevia esse romance […], muitas vezes me detinha, perplexo, para avaliar o que estava saindo, tão diferente do que havia previsto. E, sobretudo, me intrigava a importância crescente que iam assumindo o ciúme e o problema da posse física. Minha ideia inicial era escrever um conto, o relato de um pintor que enlouquecia ao não conseguir comunicar-se […] nem mesmo com a mulher que parecia tê-lo entendido por intermédio de sua pintura”. Ao final, “o desespero metafísico se transforma em ciúme, e a história que parecia destinada a ilustrar um problema metafísico se transforma em romance de paixão e crime”.
Fonte: Companhia das Letras
[Atenção: Resenha com spoilers.]